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O ponto alto de sua produção impressa, contudo, é uma narrativa de maior fôlego: “La ciudad sin nombre”, livro editado em 1941. Em pouco mais de cem páginas, letras e imagens surgem executadas pela mesma mão, com a mesma ferramenta. E, acima de tudo, buscam uma simbiose sintática que, com frequência, os torna glifos de um só código. Nos momentos mais luminosos do livro, o leitor vê a sequência linear de palavras ser subitamente invadida por novos glifos, como que adicionados por Torres-García às 26 letras do alfabeto latino. Em outras ocasiões, textos pertencentes às ilustrações são emparelhados com frases do corpo principal, e o alinhamento entre ambos deixa claro não se tratar de coincidência o solavanco que sacode o leitor na passagem de um para o outro. O grid construtivo que estrutura as telas do pintor dá lugar ao grid natural de um livro: a linha, a mancha de texto. “As palavras são um convencionalismo que inventamos para nos comunicar. As letras do alfabeto e o desenho também.”
ficha técnica 48 páginas // 17 x 24 cm // offset
150 g/m2 // luva impressa em serigrafia, 3 x 0, sobre papel Colorplus Santorini // 2021 // tiragem de 1000 unidades
leia o começo do livro
NOITE GRÁFICA | A cidade sem nome de Torres-García
Transmitido ao vivo em 30 de junho de 2021.
Nesta Noite Gráfica, Gustavo Piqueira apresenta a obra "La ciudad sin nombre", do autor uruguaio Joaquín Torres-García (1874-1949), originalmente publicada em 1941. O evento virtual celebra o lançamento do livro "A cidade sem nome de Torres-García", quinto volume da Coleção Gráfica Particular, uma co-edição da Lote 42 e da Casa Rex.